sexta-feira, 15 de abril de 2011

Coisas daqui..


Moro na região da serra gaúcha, e é engraçado como pessoas de todo país viajam para cá, principalmente no inverno, para apreciar a culinária e arquitetura europeia, o relevo diferenciado com seus morros, montes, rochas, e a, nem sempre presente, neve.
Essa parada toda é muito irada. Tenho alguns colegas de trabalho e familiares da minha esposa que não sabiam falar português enquanto crianças. Eles falavam o dialeto vêneto (chamado pelos antigos de “dialeton”), que é um tipo de italiano regionalizado. Já penou muleque, encontrar uma criança brasileira, filhos de pais brasileiros, que não sabe falar português?? Parece uma situação escrota, mas era exatamente isso que acontecia a 40 anos atrás aqui na serra, principalmente na zona rural. E quando visitamos um povoado menor não é difícil encontrar pessoas de mais idade (50, 60 anos) que não sabem falar português ou tem grande dificuldade de se expressar neste idioma.
Infelizmente essa cultura está se perdendo, hoje em dia o dialeton está morrendo, já é difícil encontrar alguém com mais de 25 anos que se expresse bem no dialeto. Acredito que em duas, no máximo três gerações tudo isso se perderá... o que é uma pena.
Na tentativa de preservar a cultura nativa da região colonizada principalmente por imigrantes italianos as cidades da região organizam festas que promovem a cultura regional e resgatam costumes dos primeiros imigrantes. No último final de semana eu fui a uma festa destas:
O Entrai (Encontro das Tradições Italianas).
Confesso que apesar de gostar muito do aspecto cultural da festa, eu fui lá mesmo é pelo aspecto gastronômico. Não que eu seja um cara extremamente viajado, mas já dei umas voltas por ai, e afirmo: Não experimentei nada melhor em termos de gastronomia do que a ítalo-culinária. Velho, o povo italiano sabe comer bem. Claro, todo mundo tem suas preferências, você tem direito de ter a sua e eu tenho direito de ter a minha.

Nenhum comentário: